Blog
ago
31

Espaço Amarelo reabre suas portas

11951515_898217650258612_7927575245363454904_o11950284_898217573591953_1003547914397431049_o11947758_898217683591942_4119560968743128531_o11896405_898217680258609_1752466763979241232_o11145562_898217646925279_2437600841629840449_oReabrimos o Espaço após um breve período fechado para pintura e arrumação interna.

Ao final recebemos a visita surpresa de um grupo de representantes indígenas de etnias diversas, liderado pelo cacique Atiã (etnia Pankararú), que espontaneamente realizaram uma pajelança no Espaço Amarelo recém organizado.
Esta pajelança foi para pedir proteção e um mundo pacífico.

Também fomos presenteados por eles, com um exemplar de dois livros que estão lançando, escritos e produzidos pela ONG Thydêvá em parceria com indígenas Tupinambás, Pataxó Hãhãhãe, Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Kumuruxatiba, Pankaruru, Karapató Plaki-Õ, Kariri-Xocó e Xocó. Um livro sobre o Movimento Indígena do Nordeste é duplo, com duas capas: uma sobre Memórias e outro sobre Percursos Cartográficos; e o outro livro “Cultura Viva – Esperança da Terra”.

Sejam todos bem vindos!

jun
17

Sobre um nome não dado, fronteiras devidas VII

Christina Parisi e Mayra Rebellato

O Espaço Amarelo e o NACLA continuam com a reflexão e discussão sobre as questões dos processos produtivos e reprodutivos – o mundo digital – na construção da obra de arte, o uso das novas ferramentas de acesso para o desenvolvimento  desta produção a qual caminha com seu tempo.

 

Clique aqui e confira o press release da ocupação 

 

mai
24

“Para uma sociedade sustentável”

Reflexão do Espaço Amarelo sobre a

13a Semana de Museus:

“Para uma sociedade sustentável”

 

A 13a Semana de Museus selecionou três temas relativos à sustentabilidade: ambiental, econômico e sociocultural. Considerando que estes aspectos se entrelaçam nos processos do fazer museológico na busca de um aperfeiçoamento da gestão da sustentabilidade, torna-se oportuno considerar a importância da reflexão sobre os temas sob uma perspectiva holística das ações realizadas no Espaço Amarelo e Museu Xingu.

 

A gestão museológica envolve diversas variáveis que costumam acontecer concomitantemente em termos ambientais, econômicos e socioculturais, por vezes funcionando como um sistema de retroalimentação. Por exemplo, uma iniciativa ambiental pode favorecer uma questão econômica, sociocultural e vice-versa. Esses fatores se inter-relacionam, se inter-posicionam no processo da sustentabilidade na vida do museu, como as problemáticas que merecem decisões para melhorias constantes previstas no dia a dia museológico.

Aqui a equipe do Espaço Amarelo apresenta algumas de suas ações que atenderam aos temas propostos. Por exemplo, foi  notada uma demanda ambiental referente à reserva técnica que guarda a coleção IAED.  O ambiente da reserva vinha aquecendo-se mais do que o esperado, em função da insolação sobre a laje, fazendo com que o ar condicionado sobrecarregasse o sistema para refrigerar o ambiente, colocando o acervo em risco. Para tal problemática a equipe encontrou uma solução econômica: resolveu implantar uma cobertura de lona de polipropileno (a qual protege dos raios ultravioletas e infravermelhos) sobre a laje, evitando  a radiação solar incisiva sobre o teto da Reserva Técnica e desta maneira diminuindo consideravelmente a irradiação térmica. O ar condicionado voltou a funcionar normalmente e a umidade relativa do ar se estabilizou. Esta ação ambiental favoreceu diretamente aspectos econômicos, pois reduzimos o aumento de uso da energia elétrica, e indiretamente favoreceu o aspecto sociocultural, pois em termos de salvaguarda, o acervo se manteve protegido; e todavia destinado à visibilidade em mostras e exposições promovidas pelo nosso espaço cultural. A implantação da lona também permitiu um sistema de captação da água da chuva, atendendo a escassez de água que temos presenciado, contribuindo para a sustentabilidade da casa e do meio ambiente.

Outra atividade da gestão que favoreceu principalmente o aspecto econômico e depois o sociocultural da sustentabilidade foi a troca de lâmpadas de iluminação do espaço expositivo e museológico. Foram retiradas as lâmpadas incandescentes e dicroicas e colocadas lâmpadas LED no lugar, além de serem mais econômicas, não emitem raios ultravioletas ou infravermelhos, favorecendo a diminuição de gastos econômicos do Espaço Amarelo, contribuem para proteção das obras e a melhoria do ambiente expositivo. Foram elegidas lâmpadas amarelas e brancas, onde as brancas  favorecem maior visibilidade das cores tratando de suas purezas, enquanto as amarelas contribuem para uma atmosfera cênica. A mescla dessas duas naturezas de luz contribuiram para a melhoria da configuração do espaço expositivo, onde atualmente ocorre a sexta ocupação do projeto “Sobre um nome não dado, fronteiras devidas”, um projeto que trata de questões da inovação expressiva nas artes contemporâneas.

Além do espaço expositivo, temos o Museu Xingu, uma exposição permanente da coleção irmãos Villas Bôas que também foi favorecida pela troca das lâmpadas.

O Museu Xingu oferece aos  visitantes, além da oportunidade de conhecerem nossas raizes culturais, sugere que o visitante contribua para a conservação da coleção, através de uma doação financeira voluntária onde o valor é estipulado pelo próprio visitante. Fato interessante e memorável, foi o auxílio que podemos dar ao amigo indígena Yutá, da etnia Mehinako-Utawana, para comprar uma rede de pesca para ser utilizada durante o ritual do Kuarup que se passa na Parque Nacional do Xingu. Graças à contribuição da caixinha dos “amigos do museu”, a cultura indígena foi favorecida, sua comunidade e alimentação; e de certa maneira a manutenção das tradições indígenas como o Kuarup, ritual tão emblemático para a cultura indígena da região.

Vemos nestes fatos, a questão econômica e sociocultural, além de ambiental agindo em um processo de retroalimentação e potencializando a vida do Espaço Amarelo como um todo, para com a sociedade, a cultura e as artes.

A Casa Amarela como um todo, que congrega o Espaço Amarelo, o Museu Xingu, o acervo IAED, um Café e a loja Ponto Solidário, o qual pratica o comercio justo e difunde a produção regional de arte popular e artefatos indígenas do Brasil, está contribuindo para a sustentabilidade e está de acordo com o tema sugerido pela 13a Semana de Museus.

abr
29

Sobre um nome não dado, fronteiras devidas VI

Renata Danicek  - Lucy Salles

O Espaço Amarelo e o NACLA continuam com a reflexão e discussão sobre as questões dos processos produtivos e reprodutivos – o mundo digital – na construção da obra de arte, o uso das novas ferramentas de acesso para o desenvolvimento  desta produção a qual caminha com seu tempo.

Clique aqui e confira o Press Release da ocupação

jan
22

Exposição do Acervo

P1030175

“Carnavalesca”

“Carnaval é uma grandiosa cosmovisão universalmente popular de milenios passados… é o mundo às avessas.” (Bakhtin, 1970)

O Espaço Amarelo inaugura o ano de 2015 com uma nova Exposição: “Carnavalesca”, em homenagem ao Carnaval. Oito obras do Acervo IAED foram escolhidas para esta exposição, dentre elas esculturas e pinturas. Entre os artistas estão Waldo Bravo, Paulino Lazur, Renato Andrade, Arthur Fajardo, José Roberto Aguilar e Jean Jacques Vidal.

As obras expostas configuram uma áurea de abstração e figurativismo e possuem como fio condutor a presença do trabalho pictórico dos artistas: cores vibrantes, quentes e frias em conflitos, tensões e expressividade, além de conceitos abordados em comum como o entrelaçamento, a dissolução do indivíduo em coletivo; o registro de ícones folclóricos que esbarram a representação caricatural e narrativas de vivências regionais. Todos esses elementos celebram a sinergia das forças no espaço que corroboram a festa, o ritual, o Carnaval.

A tradição carnavalesca passou por diversas transformações ao longo do tempo, mantendo sua função de representatividade folclórica, regional, bairrista, interiorana e de cultura do espetáculo, sendo o Brasil o país mais lembrado pela festa neste período do ano, abrigando o maior carnaval do mundo, interpretado por diversas regiões do país, como Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros. Um momento de “loucura coletiva” onde o papel social pode ser esquecido dando lugar à fantasia, arraigada de cores que explodem ao fervor da música das escolas e blocos de rua. A dissolução do indivíduo: ele se mistura à multidão, vive um quase ou total anonimato e ao mesmo tempo participa também da preservação da identidade cultural. O espaço público é recodificado pela festa e intensa criatividade, tornando-se uma zona de caos, estado este do qual eclodem acontecimentos de diversas naturezas.

O Carnaval, festa anual dos prazeres, pode ser compreendido como resultado de uma vontade humana por liberdade, por festa e desprendimento de obrigações. Tendo sido através da história instituído o período da Quaresma pela Igreja Católica, surge a vontade então de antecipar a festa, sabendo-se que neste período entre a quarta-feira de cinzas e a páscoa (o equivalente aos quarenta dias) estaria proibido o consumo da carne, a qual representa o corpo de Jesus Cristo em seu sacrifício pela humanidade. A palavra “Carnaval” está relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne, marcada pela expressão “carnis valles”, onde carnis remete à carne e valles à prazeres.

A festa também remonta suas origens nas tradições pagãs, nas festas Bacanais em ode ao deus Baco na Roma Antiga, assim como ao Dionísio, na Grécia Antiga, bem como aos rituais Egípcios oferecidos ao deus Osíris. Em todas essas celebrações pessoas de diversas classes sociais se reuniam fantasiadas com máscaras e diversos apetrechos e enfeites para desfilar, dançar, beber vinho, cantar e entregar-se à libertinagens.

Os rituais religiosos pagãos estavam sempre relacionados com os ciclos de fertilidade do solo, marcados pela chegada da primavera que traz consigo os frutos da colheita tão esperados durante a escassez do inverno. Na Idade Média, o carnaval passou a ser conhecido como “Festa dos Loucos”, pois o indivíduo perdia completamente sua identidade cristã, apegando-se aos costumes pagãos.

Curadoria da equipe: Mayra, Heraclio e Marcelo

texto: Mayra Rebellato